sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mordomia



Quando penso em meu passado e relembro o que fazia,
Vejo o quanto eu penava só pra “Um” ter mordomia.
Casa sempre arrumada e eu sempre cheia de esperanças
Para aquele que chegava só pra me fazer cobranças

Por mais que eu me esforçasse sempre havia um “se não”
Pois bastava um copo sujo pra eu levar o tal sermão.
Porque a “Pia “está suja”“? O que você ficou fazendo?
A comida não esta pronta? Isso esta me aborrecendo!

Pra cuidar das minhas coisas você não tem competência
Depois diz que eu só reclamo? Tenha santa paciência!
Separou a minha roupa? Ela já esta preparada?
Todo dia é uma novela pra enfrentar minha jornada.

Depois de encher sua pança ia ver televisão
Para ele isso era tudo o auge de sua diversão
Quando ia para a cama se achasse que era a hora
Dava o último comando sobe logo, não demora!  

Sua falta de carinho destruiu meu casamento
Fui tratada como escrava e vivi nesse tormento
Nesse mundo de tirano sufoquei minha carência
E tornei-me uma mulher que vivia de aparência

Quando tinha uma chance pra fazer qualquer festinha
Estourava o meu limite pra enfeitar essa vidinha
Nessa vida de aparências gastei muito com presentes
Fui bondosa e compassiva com amigos e parentes

Decretaram minha falência diante da separação
Chamando-me de vadia, mestra da corrupção.
Hoje dizem que eu não presto e que eu nunca ajudei
Fui além do que devia com o dinheiro que emprestei

Dizem que eu fiquei maluca que sou uma desalmada
Por deixar a vida “boa ” por um homem que não é nada
Que estou cega e enfeitiçada destruindo meu castelo
Pra trocar meu “salto alto”  por um vil pé de chinelo

Estou sendo posta a prova pra mostrar ter competência
Tenho que ser muito forte e não viver mais de aparência
Perdi a guarda dos meus filhos, mas em Deus ainda espero.
Porque hoje estou morando com o homem que eu quero

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Qual lado?



Toda historia tem dois lados e a verdade ninguém diz
Quando o assunto é por a culpa qualquer um quer ser juiz
Pese bem qualquer palavra antes de dar seu palpite
Muita gente se intromete quando o assunto é meu desquite

Quem será que foi “traído”?  Quem será que deu motivo?
Quem prefere só os “amigos” quando toma aperitivo?
Quem quando volta pra casa sempre tranca o portão?
Sem dar pra própria família a devida atenção?

Quem quis dar todo conforto, mas não quis estar presente?
Pra que serve ter conforto se quem o da está sempre ausente?
Quem não fica com a família quando tem um bom feriado?
E ainda sai pra beber com os “amigos pra voltar embriagado”?

Você acha que dinheiro compra tudo até saúde?
Quando o assunto é alegria eu vivi sempre a miúde.
Quem ficava com meus filhos e os tratava como amigos?
Em meu álbum de família quem sempre estava comigo?

Quem tem tempo pros “amigos”, mas não tem tempo na cama?
Quem só pensa em si próprio e não diz se quer quem ama?
Quem só pensa em “ter” prazer e não se da um pouquinho?
Quem desfrutou do meu corpo e não me deu se quer carinho?

Quem saiu me difamando pra engrossar seu veredito
E não poupou nem os meus filhos como se fosse bonito?
Quem esta com os meus filhos  se fazendo de traído?
Quem não faz  papel de homem pode achar que é marido?

Pra fazer “amor” a três, quem foi que fez a proposta?
Quem se esfregou na vizinha e tratou-me como bosta?
Como uma mulher se sente com tamanha safadeza?
Se caráter tiver preço eu vivi só na pobreza.